sexta-feira, 9 de abril de 2010

12ª produção

O TEMA É MONTEMOR
Texto colectivo com coordenação
e encenação de Deolindo L. Pessoa

Actores:
António José Barbosa, Carlos A Cunha, Deolindo L Pessoa, Francisco Morais, Joaquim Argel e Maria S.José

Direcção de Cena:
Abílio Camarneiro

Estreia em 26 de Dezembro de 1976
EM JEITO DE OPINIÃO
EM JEITO DE CAVAQUEIRA

Tem sido prática corrente dentro do CITEC, auscultar-se a opinião dos seus elementos acerca do que pensam ter sido a sua participação no grupo, neste ou naquele trabalho em particular. Pretende-se com isto não só que cada elemento pense e conclua se valeu ou não a pena, como também recolher eventuais dados que possam de alguma maneira servir para corrigir o rumo do grupo.
Um dia dei conta de que alguns dedos indicadores estavam voltados para mim e quando pousei o meu olhar sobre as bocas estas ditaram: ”Vais dar a tua opinião sobre o TEMA É MONTEMOR"... e calaram-se.
TEMA É MONTEMOR... está bem! Aquele espectáculo que fizemos há já alguns anos atrás. Sim, foi mais um trabalho a que nos dedicamos de alma e coração e que não foi o primeiro, nem o segundo, nem ...pois não? É que já lá vão dez anos desde que o CITEC deu os seus primeiros passos (um passo que se poderia chamar artístico)
Lembro-me agora que sou sócio fundador. É claro que isto não me dá qualquer direito, e ainda bem, pois é sinal que o grupo tem uma vida democrática, onde ninguém conta mais que outro qualquer.
Recordo com saudade a primeira peça que fizemos “A Gota de Mel” de Leon Chancerel. Fazia parte do elenco mas por razões profissionais (que me levaram ás terras de Santarém) tive de o abandonar pois começou a tornar-se impossível participar nos ensaios. Mas de facto esses tempos eram outros: era o começo. Daí para cá tenho feito de tudo um pouco. Já fiz de burocrata, de sonoplasta, de electricista, já fui actor, etc. Aliás penso que uma das vantagens dos grupos amadores é haver oportunidade de se fazer de tudo (não confundir com fazer tudo). Tenho também sido no grupo o que nem toda a gente quer, isto é, por este ou aquele motivo tenho servido do que vulgarmente se chama “tapar buracos”. Não é uma qualificação desonrosa, ao contrário do que possa parecer; tem servido até para demonstrar que o grupo tem uma certa capacidade de “manobra” e de “desenrascanso”. (...)
Por tudo o que fiz, por tudo o que aprendi, pela troca viva e inteligente de opiniões, pela tarefa que nos propusemos realizar desde o 1ª espectáculo “não fazer teatro para ser comodamente digerido nas cadeiras” por tudo o que afinal de bom se pode fazer num grupo de amadores.
ACHO QUE VALEU A PENA
Ah, mas tinham-me dito para eu falar sobre o TEMA É MONTEMOR
Considero que este trabalho colectivo de auto-retrato da capacidade de trabalho do grupo e em particular das pessoas que o integraram. Só quem (como eu) viu nascer minuto a minuto este trabalho, sabe que é verdade, Com o pouquíssimo tempo de que se dispunha para apresentar qualquer coisa (por qualquer coisa entenda-se um espectáculo) acredito que não é possível fazer-se muito mais. Saiu um trabalho que não envergonhou ninguém, aliás, se dúvidas houvesse, possamos socorrer-nos do testemunho, tão claro e favorável como isento dos espectadores.
Considero que o TEMA É MONTEMOR foi o melhor, ou no mínimo, dos melhores trabalhos (colectivos ou não) do grupo.
Em minha opinião foi uma experiência que pode e deve servir de exemplo a seguir.
Argel, Junho de 1980

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