segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fundação do CITEC

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Quando o CITEC arrancou partiu do zero a todos os níveis, havia apenas uma enorme vontade de trabalhar e tinha um nome que queria homenagear: uma grande actriz nascida em Montemor-o-Velho. Se Ester de Carvalho foi para o teatro contra a vontade dos seus pais e os preconceitos da época, também o CITEC nasceu para o teatro contra todas as dificuldades, desde as económicas, à falta de instalações e às da própria legalização.

Na altura criar um grupo de teatro não era mesmo nada fácil, pois para além da necessidade de se mobilizar pessoas havia que ultrapassar uma teia de quesitos burocráticos e legais. Dadas as dificuldades encontradas na legalização do CITEC, como alternativa foi negociado um acordo com a Direcção do Montepio Recreio e Instrução, associação proprietária do Teatro Ester de Carvalho que passava por uma crise de sócios e precisava de rejuvenescer. Em função deste acordo todos os elementos do grupo inscreveram-se como sócios daquela colectividade e o CITEC passou a ser uma secção autónoma do Montepio Recreio e Instrução, situação que se manteve até ao “25 de Abril de 1974”. Depois o CITEC adquiriu personalidade jurídica própria, mas os seus elementos continuaram como sócios do Montepio.

Assim, para além do problema legal, o CITEC resolveu o seu problema de instalações para ensaios e espectáculos. Com este acordo podia utilizar o Teatro Ester de Carvalho sempre que a sala estivesse disponível, como contrapartida tinha que dar toda a receita duma representação por cada espectáculo montado pelo grupo e 50% da receita de todos os espectáculos apresentados por outros grupos. Em todo este processo houve o apoio imprescindível desde o início dum grande amigo, conhecido por Augusto Salazar (Augusto Gilberto Nunes Tiago).

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* excerto do texto CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DO CITEC (1970-1974), publicado na Revista Monte Mayor editada pela CMMV.

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